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Futuro da Nissan tem Leaf 100% elétrico e Kicks e-Power, que fará 34 km/l

março 16, 2018

Marca japonesa avança rapidamente em direção ao futuro, apesar da indecisão do governo

Nissan Kicks: Sucesso de vendas e pode ser imbatível quando tiver uma versão e-Power, que pode fazer 34 km/l

Enquanto muita gente discute se o pequeno March deve passar por uma revolução, trocando plataforma e design, a Nissan pensa muito mais alto. O March vai mudar, sim, mas terá um visual para o mercado latino-americano e manterá a plataforma atual. Isso porque a marca japonesa está muito mais interessada nas novas tecnologias de eletrificação. Por isso, sua estratégia está voltada para o futuro da mobilidade, o que inclui o Leaf 100% elétrico e o desenvolvimento do Nissan Kicks e-Power.

 

Leaf e Marco Silva: Tem tecnologia 100% elétrica, será lançadono Brasil e mais sete países da América Latina
Divulgação

Leaf e Marco Silva: Tem tecnologia 100% elétrica, será lançadono Brasil e mais sete países da América Latina

Como já escrevemos aqui, o Leaf chega mesmo em 2019. Deve ser apresentado no Salão de São Paulo, em novembro, para começar a ser vendido até março. A confirmação foi dada pelo presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, durante o seminário Nissan Futures Latam 2018, realizado em São Paulo. Nesse seminário ficou claro que a Nissan não vai esperar por modificações nas leis ou por incentivos governamentais para tocar o barco – a estratégia da empresa é trabalhar com a realidade de hoje, apostando no Nissan Kicks . Ou seja: introduzir carros autônomos num trânsito caótico e apostar cada vez mais na eletrificação.

 

O Nissan Note, que usa a tecnologia e-Power, que usa o motor a combustãosó para gerar energia, é sucesso no Japão
Divulgação

O Nissan Note, que usa a tecnologia e-Power, que usa o motor a combustãosó para gerar energia, é sucesso no Japão

Além do Leaf, Marco Silva confirmou que a Nissan está iniciando os trabalhos para o desenvolvimento do Kicks e-Power. Essa tecnologia foi lançada no Nissan Note, no Japão, e fez com que o carro explodisse em vendas. Com essa tecnologia, o Kicks poderá ter uma impressionante marca de consumo de 34 km/l de gasolina. Devido ao tamanho do motor, é mais provável que o Kicks e-Power use como base o motor 1.0 do March (o do Note japonês é 1.2). O e-Power é um sistema híbrido diferente do que conhecemos em modelos como Toyota Prius, que utiliza dois motores para dar tração ao veículo (um a combustão e outro elétrico). O futuro Nissan Kicks e-Power utilizará apenas o motor elétrico para tracionar o veículo. O motor a combustão terá a função exclusiva de gerar energia ao sistema elétrico.

 

O diagrama mostra quais são as diferenças entre o sistema100% elétrico, o e-Power e o sistema híbrido convencional
Divulgação

O diagrama mostra quais são as diferenças entre o sistema100% elétrico, o e-Power e o sistema híbrido convencional

Durante o Nissan Futures Latam 2018, participamos de uma entrevista com o presidente da Nissan, Marco Silva, e com o diretor de marketing para a América Latina, Juan Manuel Hoyos. Veja a seguir os pontos mais importantes da conversa.

Eletrificação

A eletrificação veio para ficar e o Brasil não pode ficar de fora. O Nissan Leaf tem seu espaço. O imposto vai definir se o Leaf vai ocupar um nicho de mercado acima de R$ 200 mil ou se vai competir com os carros a combustão. Estamos apostando muito no veículo elétrico plug-in. Outras formas de carregamento da bateria podem ser feitas de forma mais rápida. O Note foi o carro mais vendido no Japão por causa do e-Power. Queremos introduzir esse sistema também no Brasil. (Silva)

Impostos

O IPI na faixa de 7% já consegue criar um mercado. É uma distorção ter o carro elétrico pagando IPI de 25%. Se fosse zero seria isenção, mas 7% já é um bom começo. (Silva)

Rota 2030

Se não sair o programa Rota 2030, isso vai mostrar que não é prioridade do governo. Mesmo assim, a Nissan vai continuar no seu ritmo normal. Queremos ter segurança do caminho para onde vamos, pois o ciclo da indústria automobilística é de sete ou oito anos. A Rota 2030 é o momento para transformar a indústria automobilística, que hoje é protegida, numa indústria mais competitiva. Queremos abrir o mercado de forma gradual. Os consumidores brasileiros têm que ter o mesmo nível de produtos que existem lá fora. (Silva)

Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi

Estamos trabalhando muito próximos da Renault aqui no Brasil, bastante alinhados na Rota 2030. Quanto à Mitsubishi, só é tratada a nível global. (Silva)

Carro elétrico

O Leaf será lançado em oito países da América Latina: Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Colômbia, Costa Rica e Porto Rico. Desses oito países, somente no Equador e na Colômbia existem benefícios fiscais. Mas o que mais nos interessa é o que o cliente fala. Fizemos uma pesquisa em cinco países (Argentina, Brasil, Chile, Peru e Colômbia), com cerca de 5.700 pessoas, e mais de 80% dos consumidores disseram que querem carro elétrico no Brasil. (Hoyos)

Leaf

Nenhuma outra montadora pode falar que está introduzindo um carro elétrico em oito países ao mesmo tempo, como decidimos fazer com o Nissan Leaf. (Hoyos)

Célula de combustível

O carro movido a célula de combustível tem muito a ver com o Brasil. O etanol já tem uma superestrutura no país e podemos tirar vantagem disso. Etanol gerando hidrogênio para a célula de combustível pode ser um bom caminho. (Silva)

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