Emplacamentos crescem 22,2% e venda de motos é destaque
Individualmente, Santa Bárbara e Sumaré tiveram os melhores resultados da RPT; Anfavea fala em início de estabilidade
Ao mesmo tempo em que ajuda a diminuir o déficit da balança comercial da RPT (Região do Polo Têxtil) com o expressivo aumento nas exportações no primeiro trimestre deste ano, a indústria automobilística dá sinais de que caminha, ao menos, para uma estabilidade nas vendas após um 2016 “sangrento”.
Dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontam para um crescimento de 22,2% na venda de veículos zero quilômetro em março, ante ao mesmo mês de 2016, nos cinco municípios que compõem a microrregião.
Individualmente, Santa Bárbara e Sumaré tiveram os melhores resultados, com 16,1% e 28,5% de aumento, respectivamente.
Na soma, 1.165 veículos novos foram vendidos nos cinco municípios da região, contra 953 em março do ano passado. As motos foram colaboram e muito pelo desempenho positivo da RPT. Sozinho, o segmento abocanhou um terço das vendas no mês, com 375 unidades vendidas em março. Santa Bárbara teve o melhor desempenho, com vendas quase três vezes maiores entre um ano e outro no mês de março.
Exportações
As exportações no primeiro trimestre deste ano registraram um salto de 42,3% ante o mesmo período do ano passado e ajudaram a reduzir em 12% o saldo negativo da balança comercial na RPT (Região do Polo Têxtil) entre janeiro e março, que caiu de US$ 237,7 milhões para US$ 209,2 milhões.
Nova Odessa foi o único município que não registrou crescimento no volume de produtos mandados para fora do País, com retração de 11,6% nos 90 primeiros dias do ano. Por outro lado, Sumaré foi a grande responsável pelo bom desempenho das exportações entre janeiro e março de 2017.
Da cidade hoje administrada pelo prefeito Luiz Alfredo Dalben (PPS), saíram US$ 126,5 milhões em produtos, volume que representou um aumento de 82,2% se comparado com o mesmo período de 2016, quando as exportações somaram US$ 69,4 milhões. E foi justamente a indústria automobilística, que sofre com a recessão pelo qual atravessa o Brasil, quem teve desempenho amplamente favorável.
De acordo com dados fornecidos pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a exportação de automóveis fabricados no município atingiu a marca de U$$ 36 milhões entre janeiro e março.
Isso representa quase 30% do total exportado pelas indústrias instaladas na cidade e deixa para trás os pouco mais de US$ 1,3 milhão exportados no primeiro trimestre do ano passado. As peças e acessórios para veículos também tiveram grande participação no aumento das exportações e movimentou US$ 15 mi.
Setor busca estabilidade, segundo a Anfavea
No cenário nacional, o setor automotivo também exportou mais. De acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no primeiro trimestre, as exportações de veículos atingiram recorde, com a venda de 172,7 mil unidades ao exterior. O número representa um aumento de 69,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a fabricação de veículos cresceu 18,1% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a entidade, a produção de veículos no primeiro trimestre foi 24% maior que em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que o resultado de março cresceu 17,1% frente a fevereiro.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, apesar dos números já mostrarem um aumento na produção este ano, a indústria ainda caminha para a estabilidade.
“O mês de março foi bom, mas mesmo com um resultado superior em relação a 2016, continuamos com uma capacidade ociosa elevada, o que é especialmente complexo para as empresas. Precisamos aguardar o desempenho dos próximos meses para ter um cenário mais claro, mas estamos no caminho da estabilidade. O destaque efetivamente positivo está nas exportações, pois registramos o melhor resultado histórico no primeiro trimestre”, salienta Megale.
O resultado de março traz alívio para o setor, que viu as vendas caírem em fevereiro. “O resultado de fevereiro surpreendeu negativamente. Começou positivo, mas declinou no final principalmente devido ao Carnaval no final do mês. Além do mês mais curto, presenciamos um impacto nos números motivado pelas paralisações no Espírito Santo, que também reverberou para o Rio de Janeiro. Estes fatores, além das dificuldades de financiamento, impactaram as vendas”, disse o presidente da Anfavea.